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Aniridia: o Que é Essa Condição Ocular que Afeta a Íris dos Olhos - Sintomas, Diagnóstico e Tratamento

  • Foto do escritor: Alexandre Netto
    Alexandre Netto
  • 24 de jul.
  • 3 min de leitura

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A aniridia é uma condição oftalmológica rara caracterizada pela ausência total ou parcial da íris, a estrutura colorida do olho responsável por controlar a quantidade de luz que entra na pupila.


Esta malformação congênita afeta aproximadamente 1 em cada 50.000 a 100.000 nascimentos, podendo causar diversos problemas visuais e complicações oculares ao longo da vida.


O Que é a Aniridia?


A aniridia resulta de uma mutação no gene PAX6, localizado no cromossomo 11, que é fundamental para o desenvolvimento normal do olho durante a gestação.


Esta condição pode ser hereditária (transmitida de pais para filhos) ou esporádica (ocorrendo sem histórico familiar).


Em cerca de 90% dos casos familiares e 10-15% dos casos esporádicos, a aniridia está associada à síndrome WAGR, que inclui tumor de Wilms, anomalias genitourinárias e retardo mental.


A íris desempenha papel crucial na regulação da entrada de luz no olho.


Sua ausência ou desenvolvimento incompleto compromete significativamente esta função, resultando em fotofobia intensa e outros sintomas visuais característicos.


Principais Sintomas


Os pacientes com aniridia apresentam um conjunto de sintomas que podem variar em intensidade:


Fotofobia severa: A sensibilidade extrema à luz é o sintoma mais comum e debilitante, uma vez que a íris não consegue controlar adequadamente a quantidade de luz que entra no olho.


Redução da acuidade visual: A visão geralmente fica comprometida, com acuidade visual variando entre 20/200 a 20/400 na maioria dos casos.


Nistagmo: Movimentos involuntários e rítmicos dos olhos são frequentes, contribuindo para a dificuldade visual.


Aparência característica: Os olhos apresentam pupilas muito dilatadas e aparentemente sem íris, conferindo uma aparência distintiva.


Desconforto ocular: Lacrimejamento excessivo e irritação são comuns devido à fotofobia.


Complicações Associadas


A aniridia frequentemente está associada a outras alterações oculares que podem se desenvolver ao longo do tempo:


Glaucoma: Presente em aproximadamente 50-75% dos casos, o glaucoma pode se manifestar já na infância ou desenvolver-se na idade adulta, sendo uma das principais causas de perda visual progressiva.


Catarata: Opacificação do cristalino pode ocorrer em diferentes graus, contribuindo para a redução visual.


Ceratopatia: Alterações na córnea, incluindo opacificação e vascularização, são complicações tardias que podem comprometer significativamente a visão.


Hipoplasia foveal: O desenvolvimento incompleto da fóvea, região central da retina responsável pela visão de detalhes, contribui para a baixa acuidade visual.


Diagnóstico


O diagnóstico da aniridia é essencialmente clínico, baseado no exame oftalmológico que revela a ausência ou hipoplasia marcante da íris.


O exame deve ser realizado precocemente, idealmente nos primeiros meses de vida.


A avaliação diagnóstica inclui fundoscopia para verificar alterações retinianas, tonometria para detectar glaucoma, e biomicroscopia para avaliar outras estruturas oculares.


Em casos suspeitos de síndrome WAGR, são necessários exames complementares como ultrassonografia abdominal e avaliação genética.


O teste genético para mutação do gene PAX6 confirma o diagnóstico e auxilia no aconselhamento genético familiar, sendo especialmente importante para casais com histórico da condition.


Opções de Tratamento


Embora não exista cura para a aniridia, o tratamento visa melhorar a qualidade de vida e prevenir complicações:


Proteção contra luz: Uso de óculos escuros com proteção UV total e lentes fotocromáticas são fundamentais para reduzir a fotofobia.


Lentes de contato cosmética: Lentes especiais podem simular a aparência da íris, melhorando tanto o aspecto estético quanto reduzindo a entrada excessiva de luz.


Tratamento do glaucoma: Quando presente, requer acompanhamento rigoroso com colírios hipotensores ou procedimentos cirúrgicos quando necessário.


Correção refrativa: Óculos ou lentes de contato podem melhorar a acuidade visual quando há erros refrativos associados.


Acompanhamento multidisciplinar: Pacientes com síndrome WAGR necessitam seguimento com oncologista pediátrico, nefrologista e outras especialidades.


Prognóstico e Cuidados Contínuos


O prognóstico visual na aniridia varia consideravelmente entre os pacientes.


Embora a condição seja incurável, o acompanhamento oftalmológico regular permite detectar e tratar precocemente as complicações, preservando a função visual ao máximo possível.


A adaptação às limitações visuais e o suporte educacional especializado são fundamentais para o desenvolvimento adequado das crianças afetadas.


Programas de reabilitação visual podem auxiliar significativamente na melhoria da qualidade de vida.


O aconselhamento genético é essencial para famílias afetadas, considerando o padrão de herança autossômico dominante da condição.


Com cuidados adequados e acompanhamento especializado, muitos pacientes com aniridia conseguem manter uma vida relativamente normal, adaptando-se às suas limitações visuais.



 
 
 

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