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Glaucoma e Saúde Ocular: Tudo o Que Você Precisa Saber Sobre o Tratamento e a Recuperação

  • Foto do escritor: Alexandre Netto
    Alexandre Netto
  • 7 de out.
  • 6 min de leitura
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O glaucoma é uma das principais causas de cegueira irreversível no mundo, afetando milhões de pessoas.


Apesar de sua gravidade, muitos ainda desconhecem os detalhes dessa condição silenciosa que pode comprometer definitivamente a visão.


Este artigo foi desenvolvido para esclarecer suas dúvidas sobre o glaucoma, seus tratamentos e o processo de recuperação.


O Que É o Glaucoma?


O glaucoma é um grupo de doenças oculares que danificam o nervo óptico, estrutura responsável por transmitir as informações visuais do olho para o cérebro.


Na maioria dos casos, esse dano está relacionado ao aumento da pressão intraocular (PIO), que ocorre quando o líquido dentro do olho não drena adequadamente.


Imagine o olho como uma pia com uma torneira aberta e um ralo.


Em condições normais, o líquido (humor aquoso) é produzido continuamente e drenado na mesma velocidade, mantendo a pressão estável.


No glaucoma, o "ralo" fica obstruído ou funciona mal, causando acúmulo de líquido e aumento da pressão, o que gradualmente danifica o nervo óptico.


Tipos Principais de Glaucoma

Glaucoma de ângulo aberto: É a forma mais comum, representando cerca de 90% dos casos.


Desenvolve-se lentamente e, na maioria das vezes, não apresenta sintomas nas fases iniciais.


A perda visual começa pela visão periférica, tornando-se perceptível apenas em estágios avançados.


Glaucoma de ângulo fechado:


Menos comum, porém mais grave. Ocorre quando a íris bloqueia repentinamente o sistema de drenagem do olho, causando um aumento rápido e severo da pressão intraocular.


Esta é uma emergência médica que exige tratamento imediato.

Glaucoma congênito: Presente desde o nascimento ou desenvolvido nos primeiros anos de vida, geralmente relacionado a malformações no sistema de drenagem ocular.


Glaucoma secundário: Resulta de outras condições oculares, traumas, uso de medicamentos (especialmente corticoides) ou doenças sistêmicas.


Sintomas e Sinais de Alerta

O glaucoma de ângulo aberto é especialmente traiçoeiro porque raramente apresenta sintomas até que a perda visual seja significativa. Por isso, é chamado de "ladrão silencioso da visão".


Nos estágios avançados, os pacientes podem notar visão em túnel ou pontos cegos.


Já o glaucoma de ângulo fechado pode apresentar sintomas dramáticos como dor ocular intensa, visão embaçada, halos ao redor das luzes, náuseas, vômitos e vermelhidão nos olhos.


Esses sinais exigem atendimento oftalmológico de emergência.


Diagnóstico: A Importância dos Exames Regulares


O diagnóstico precoce é fundamental para preservar a visão.


Os exames oftalmológicos completos incluem:


Tonometria: Mede a pressão intraocular. Valores normais geralmente ficam entre 10 e 21 mmHg, mas esses números podem variar individualmente.


Oftalmoscopia: Permite ao médico examinar diretamente o nervo óptico, identificando sinais de dano característicos do glaucoma.


Campimetria (teste de campo visual): Avalia a visão periférica, detectando áreas de perda visual que o paciente pode não ter percebido.


Gonioscopia: Examina o ângulo de drenagem do olho, determinando o tipo de glaucoma.


Tomografia de Coerência


Óptica (OCT): Tecnologia avançada que cria imagens detalhadas do nervo óptico e das camadas da retina, permitindo detecção precoce de alterações.


Paquimetria: Mede a espessura da córnea, fator que pode influenciar a leitura da pressão intraocular.


Opções de Tratamento

O objetivo principal do tratamento do glaucoma é reduzir a pressão intraocular para prevenir mais danos ao nervo óptico.


Embora o dano já existente seja irreversível, o controle adequado pode interromper ou retardar significativamente a progressão da doença.


Colírios (Medicações Tópicas)

Os colírios são geralmente a primeira linha de tratamento.


Existem várias classes de medicamentos, cada uma atuando por mecanismos diferentes:


Análogos de prostaglandinas:


Aumentam a drenagem do humor aquoso. São aplicados uma vez ao dia, geralmente à noite. Podem causar escurecimento da íris e alongamento dos cílios.


Betabloqueadores: Reduzem a produção de humor aquoso. Devem ser usados com cautela em pacientes com problemas cardíacos ou respiratórios.


Inibidores da anidrase carbônica: Também diminuem a produção de líquido. Disponíveis em forma de colírio ou comprimidos.


Agonistas alfa-adrenérgicos: Atuam tanto reduzindo a produção quanto aumentando a drenagem do humor aquoso.


Combinações: Muitas vezes, são necessários dois ou mais medicamentos para controle adequado da pressão.


A adesão ao tratamento é crucial. Esquecer doses frequentemente ou interromper o uso dos colírios pode levar à progressão da doença.


Se você experimenta efeitos colaterais, converse com seu oftalmologista sobre alternativas, mas nunca suspenda o tratamento por conta própria.


Tratamento a Laser


Quando os colírios não são suficientes ou viáveis, procedimentos a laser podem ser recomendados:


Trabeculoplastia a laser:


Utilizada no glaucoma de ângulo aberto, melhora a drenagem do humor aquoso através do sistema de drenagem natural do olho.


É um procedimento rápido, realizado no consultório com anestesia tópica.


Iridotomia a laser: Cria um pequeno orifício na íris para facilitar o fluxo de líquido, especialmente eficaz no glaucoma de ângulo fechado ou para preveni-lo em olhos de risco.


Ciclofotocoagulação: Reduz a produção de humor aquoso, geralmente reservada para casos mais avançados ou refratários.


Esses procedimentos são minimamente invasivos, com recuperação rápida e baixo risco de complicações.


Podem ser repetidos se necessário e muitas vezes reduzem a dependência de medicamentos.


Cirurgia


Quando medicamentos e laser não controlam adequadamente a pressão intraocular, a cirurgia pode ser necessária:


Trabeculectomia: Cria uma nova via de drenagem para o humor aquoso sair do olho. É o procedimento cirúrgico mais tradicional e eficaz para glaucoma.


Implantes de drenagem: Pequenos dispositivos implantados no olho para facilitar a drenagem do líquido. Indicados em casos complexos ou quando outras cirurgias falharam.


Cirurgias minimamente invasivas (MIGS): Técnicas mais recentes, menos invasivas, com recuperação mais rápida.


Incluem procedimentos como implante de stents microscópicos ou ablação do tecido de drenagem. São geralmente indicadas para casos leves a moderados.


Recuperação e Cuidados


Pós-Tratamento


A recuperação varia conforme o tipo de tratamento realizado.

Após Uso de Colírios

A adaptação aos colírios geralmente leva algumas semanas.


Efeitos colaterais leves como ardência temporária são comuns. É fundamental estabelecer uma rotina para não esquecer as doses.


Algumas dicas práticas incluem aplicar o colírio sempre no mesmo horário, associando a atividades rotineiras como escovação de dentes, e usar alarmes no celular como lembrete.


Após Tratamento a Laser

A recuperação é rápida, com a maioria dos pacientes retornando às atividades normais no dia seguinte.


Pode haver visão embaçada temporária e sensibilidade à luz nas primeiras horas.


Colírios anti-inflamatórios são prescritos por alguns dias. A pressão intraocular pode levar algumas semanas para atingir o novo nível após o procedimento.


Após Cirurgia


O período de recuperação cirúrgica é mais longo, geralmente de 4 a 6 semanas. Cuidados essenciais incluem:


Usar todos os colírios prescritos conforme orientação médica


Evitar esforços físicos intensos e levantamento de peso por algumas semanas


Não coçar ou pressionar o olho operado


Proteger o olho ao dormir usando protetor ocular

Evitar nadar ou mergulhar a cabeça na água por pelo menos um mês


Comparecer a todas as consultas de acompanhamento

Visão embaçada nas primeiras semanas é normal e melhora gradualmente. Vermelhidão leve e sensação de corpo estranho também são esperados.


No entanto, contate imediatamente seu médico se apresentar dor severa, perda súbita de visão, secreção purulenta ou febre.


Perspectivas e Qualidade de Vida


Receber o diagnóstico de glaucoma pode ser assustador, mas com tratamento adequado e acompanhamento regular, a maioria dos pacientes mantém visão funcional por toda a vida.


A chave é a detecção precoce e o compromisso com o tratamento.


O glaucoma não significa necessariamente cegueira. Significa que você precisará de cuidados oftalmológicos contínuos.


Com os avanços tecnológicos atuais, existem mais opções de tratamento do que nunca, e novas terapias continuam sendo desenvolvidas.


Fatores de Risco e Prevenção


Embora não seja possível prevenir o glaucoma completamente, conhecer os fatores de risco ajuda na detecção precoce:


Idade acima de 60 anos


História familiar de glaucoma

Ascendência africana ou asiática


Pressão intraocular elevada

Córnea fina


Miopia ou hipermetropia severas


Diabetes, hipertensão ou doenças cardíacas


Uso prolongado de corticoides

Traumas oculares prévios

Se você apresenta fatores de risco, é essencial realizar exames oftalmológicos regulares, idealmente anualmente após os 40 anos, ou conforme recomendação médica.


Vivendo com Glaucoma


O glaucoma é uma condição crônica que exige compromisso a longo prazo.


Algumas recomendações para otimizar sua saúde ocular:


Mantenha consultas regulares:


Não falte aos retornos agendados, mesmo se sua visão parecer estável.


Seja aderente ao tratamento: Use seus medicamentos exatamente como prescritos.

Comunique mudanças: Informe seu oftalmologista sobre qualquer alteração na visão ou efeitos colaterais dos medicamentos.


Adote hábitos saudáveis:


Exercícios regulares, dieta equilibrada e controle de doenças sistêmicas beneficiam a saúde ocular.


Evite automedicação: Alguns medicamentos, especialmente corticoides, podem elevar a pressão ocular.


Proteja seus olhos: Use óculos de proteção em atividades que possam causar lesões oculares.


Conclusão


O glaucoma é uma doença séria, mas tratável. O conhecimento sobre a condição, combinado com diagnóstico precoce e tratamento consistente, permite que a maioria das pessoas preserve sua visão.


Se você tem fatores de risco ou nota qualquer alteração visual, não hesite em procurar um oftalmologista.


Lembre-se: a visão perdida pelo glaucoma não pode ser recuperada, mas a visão que você ainda tem pode ser protegida.


Seu compromisso com o cuidado ocular hoje determina sua qualidade de vida visual no futuro. Cuide dos seus olhos – eles são sua janela para o mundo.



 
 
 

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