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Revolução no Tratamento das Principais Doenças da Retina: Uma Nova Era da Visão

  • Foto do escritor: Alexandre Netto
    Alexandre Netto
  • 14 de ago.
  • 3 min de leitura


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Como os avanços terapêuticos estão transformando o prognóstico de milhões de pacientes com DMRI, retinopatia diabética e oclusões vasculares


Você sabia que hoje é possível interromper e até reverter a perda visual causada pelas principais doenças da retina?


Contextualização


As doenças da retina representam uma das principais causas de cegueira no mundo, afetando milhões de pessoas globalmente.


A degeneração macular relacionada à idade (DMRI), a retinopatia diabética e as oclusões vasculares retinianas eram, até poucos anos atrás, consideradas sentenças inevitáveis de perda visual progressiva.


Hoje, vivenciamos uma verdadeira revolução terapêutica nesta área, com tratamentos que não apenas estabilizam a doença, mas podem restaurar a visão perdida.


Esta transformação representa um marco na oftalmologia moderna, oferecendo esperança real para pacientes que antes enfrentavam um futuro de limitações visuais severas.



A Revolução dos Anti-VEGF: O Marco Divisor


O desenvolvimento dos medicamentos anti-VEGF (fator de crescimento endotelial vascular) representa o maior avanço no tratamento das doenças da retina das últimas décadas. Estas substâncias, injetadas diretamente no olho, bloqueiam proteínas responsáveis pelo crescimento anormal de vasos sanguíneos e pelo vazamento de fluidos na retina.


Para DMRI úmida:


O ranibizumabe (Lucentis), bevacizumabe (Avastin) e aflibercepte (Eylea) revolucionaram o tratamento. Antes dos anti-VEGF, 90% dos pacientes perdiam visão significativa em dois anos. Hoje, estudos mostram que 90% mantêm ou melhoram a visão com tratamento adequado.


Para retinopatia diabética:


Estes mesmos medicamentos demonstraram eficácia extraordinária no controle do edema macular diabético, principal causa de perda visual em diabéticos. O aflibercepte, por exemplo, pode proporcionar ganhos visuais de 10-15 letras na tabela de acuidade visual.


Para oclusões vasculares:


As injeções anti-VEGF transformaram o prognóstico das oclusões de veia central e de ramo da retina, condições que anteriormente levavam à perda visual irreversível em muitos casos.


Terapias Avançadas e Personalizadas


Implantes de liberação prolongada:


O implante de dexametasona (Ozurdex) e o implante de fluocinolona (Iluvien) oferecem tratamento por meses com uma única aplicação, reduzindo drasticamente o número de injeções necessárias.


Terapia combinada:


A associação de anti-VEGF com corticoides ou terapia fotodinâmica mostrou resultados superiores em casos específicos, permitindo tratamentos personalizados conforme o perfil do paciente.


Novas moléculas:


O brolucizumabe (Beovu) e o faricimabe representam a nova geração de anti-VEGF, com potencial para intervalos mais longos entre aplicações e eficácia superior.


Tratamentos Revolucionários em Desenvolvimento


Terapia gênica:


Para DMRI seca, a terapia gênica com LUXTURNA já é realidade para certas formas hereditárias, enquanto novos genes terapêuticos estão em teste para formas mais comuns da doença.


Células-tronco:


Terapias com células-tronco pluripotentes induzidas mostram resultados promissores na regeneração do epitélio pigmentário da retina, oferecendo esperança para casos avançados de DMRI.


Retinas artificiais:


Implantes eletrônicos como o Argus II já permitem que pacientes com cegueira total recuperem percepção luminosa e capacidade de navegação espacial.


Comparação com Métodos Anteriores


Antes da era dos anti-VEGF, as opções eram limitadas e paliativas:


- Fotocoagulação a laser: Efetiva apenas em casos específicos, frequentemente resultando em cicatrizes e perda de campo visual

- Terapia fotodinâmica: Útil para DMRI, mas com resultados limitados e necessidade de múltiplas sessões

- Vitrectomia: Cirurgia invasiva reservada para casos graves, com riscos significativos


Os tratamentos atuais são minimamente invasivos, altamente eficazes e podem ser repetidos conforme necessário, oferecendo controle duradouro da doença.


Dados Estatísticos Relevantes


- DMRI: Afeta mais de 196 milhões de pessoas mundialmente; com anti-VEGF, 94% dos pacientes mantêm visão funcional após 2 anos

- Retinopatia diabética: Presente em 35% dos diabéticos; tratamento precoce reduz risco de cegueira em 95%

- Oclusões vasculares: Incidência de 0,1-0,2% na população geral; com tratamento moderno, 60-80% dos pacientes recuperam visão funcional


Conclusão & Perspectivas


A oftalmologia retiniana vive sua era dourada, com tratamentos que transformam prognósticos antes sombrios em histórias de sucesso.


Os anti-VEGF, disponíveis em praticamente todos os centros especializados, representam apenas o início desta revolução.


No horizonte, terapias gênicas, células-tronco e inteligência artificial prometem soluções ainda mais precisas e duradouras.


A mensagem fundamental é clara: o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem preservar e restaurar a visão, oferecendo aos pacientes não apenas a manutenção da função visual, mas a preservação da independência e qualidade de vida.



Referências & Recursos Adicionais


Publicações Científicas Principais:


- Brown DM, et al. Ranibizumab versus verteporfin for neovascular age-related macular degeneration. N Engl J Med. 2006;355:1432-1444.

- Diabetic Retinopathy Clinical Research Network. Aflibercept, bevacizumab, or ranibizumab for diabetic macular edema. N Engl J Med. 2015;372:1193-1203.

- Campochiaro PA, et al. Sustained benefits from ranibizumab for macular edema following central retinal vein occlusion. Ophthalmology. 2011;118:2041-2049.


Recursos Complementares:


- American Academy of Ophthalmology - Preferred Practice Patterns: [www.aao.org](http://www.aao.org)

- Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo - Guidelines atualizados: [www.sbrv.org.br](http://www.sbrv.org.br)

- National Eye Institute (NEI) - Informações para pacientes: [www.nei.nih.gov](http://www.nei.nih.gov)


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